Histórico do Programa

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Por ocasião da criação da Universidade Federal de Santa Catarina, em dezembro de 1960, já estava prevista a existência de um curso de graduação em Engenharia Química. No entanto, somente em 1979 os cursos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos foram incluídos no vestibular. Os cursos recém-criados utilizaram, nos primeiros seis semestres, disciplinas já existentes nos Departamentos de Matemática, de Química, de Física, de Computação e de Engenharia Mecânica. As primeiras contratações de professores, especificamente para os dois novos cursos de engenharia, ocorreram em 1982 e 1983. Foram seis professores contratados que, juntamente com outros oito, já pertencentes à UFSC, oriundos dos Departamentos de Química, de Matemática e de Computação, constituíram, já em 1984, a base para a criação do Departamento de Engenharia Química do Centro Tecnológico da UFSC, sendo denominado ENQ. O cenário acadêmico da Engenharia Química e da Engenharia de Alimentos, à época, concentrava-se na região sudeste do País. A demanda por profissionais dessas duas áreas não era diferente, com a exceção do Rio Grande do Sul e da Bahia que já dispunham de polo petroquímico. O desafio dos primeiros professores do ENQ era imenso. A UFSC se destacava no cenário nacional de Pós-Graduação com os cursos de Engenharia do Centro Tecnológico, Mecânica, Elétrica e de Produção, e começava a despontar com o Curso de Química do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas. Dessa forma, a Engenharia Química e a Engenharia de Alimentos não poderiam permanecer fora desse contexto de excelência que a UFSC desfrutava. Para isso, seria necessária a existência de um grupo de professores doutores capazes de pensar e implantar um curso de Pós-Graduação em Engenharia Química.

Um conjunto de análises estratégicas, realizadas pelo seleto grupo de professores do ENQ, levou à conclusão de que a única alternativa, frente às limitações de disponibilidade de doutores nessa área no Brasil, era capacitar o grupo de professores já existente. Paralelamente a isso, demandou-se, com argumentos consistentes junto à Administração Central da UFSC, a contratação de mais docentes, de modo a complementar o então grupo de professores do ENQ. Pretendia-se, assim, atingir um número que significasse massa crítica para a implantação e consolidação de um novo curso de pós-graduação em engenharia na UFSC. Teve início um audacioso programa de capacitação dos docentes já contratados e dos que ainda viriam a ser ao longo dos anos 80. Esse plano culminou com doutorados realizados na UFSC, nos Programas de Pós-Graduação da Química e da Engenharia Mecânica, no Brasil, na COPPE/UFRJ, na USP e na UNICAMP, e no exterior, com cursos plenos ou sanduíches concluídos em vários países da Europa (França, Alemanha, Dinamarca e Inglaterra) e nos Estados Unidos. Com o trabalho de duas comissões constituídas em épocas diferentes, em 1993 começou a funcionar o Curso de Mestrado em Engenharia Química da UFSC.

Contando com sete professores doutores e com o apoio de alguns docentes seniores de Programas da COPPE e da UNICAMP, os primeiros mestres concluíram e defenderam as dissertações ao longo de 1995. Com coordenações eficientes, empenho dos docentes e qualidade dos alunos, os mestres foram formados. Alguns convênios internacionais contribuíram significativamente com o intercâmbio de alunos e professores, como um CAPES/COFECUB, com universidades francesas, e a formação de uma Cátedra da UNESCO/Rede UNITWIN, com a participação da Universidade do Porto, em Portugal, Eindhoven University of Technology, na Holanda, University of Leeds, no Reino Unido e com a Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina. Em poucos anos, o amadurecimento dos docentes na elaboração de projetos de pesquisa submetidos aos órgãos de financiamento e a execução de trabalhos em parceria com empresas sedimentou a criação e a qualidade dos laboratórios de pesquisa do ENQ. Somando-se a isso a complementação do corpo docente qualificado, resultante das conclusões dos cursos de capacitação, principalmente realizados no exterior, o Curso de Mestrado em Engenharia Química da UFSC começou a gestar o curso de doutorado e um novo curso de mestrado, agora em Engenharia de Alimentos. Em 1998, foi aprovada pela CAPES a criação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFSC, com os cursos de mestrado e de doutorado, que passou a ser denominado PósENQ.

Em 2001 a primeira tese de doutorado foi defendida. O ENQ passou a ser EQA: Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos. Para consolidação do planejamento inicial, era necessário tornar o Mestrado e o Doutorado em Engenharia Química da UFSC Cursos de Excelência. A partir de regras claras de desempenho docente, elaboradas seguindo os padrões da CAPES, conseguiu-se que na avaliação do triênio 2010-2012 o PósENQ atingisse o nota 6. A inserção internacional dos últimos anos, com vários programas internacionais (Centro Europeu de Tecnologia de Membranas – França; Cornell University – Estados Unidos; Imperial College London – Inglaterra; Karlsruhe Institute of Technology – Alemanha; Max Planck Institute for Polymer Research – Alemanha; Rice University – Estados Unidos; Tulane University – Estados Unidos; Universidad de Granada – Espanha; Universidad da Coruña – Espanha; Universidad Nacional de San Juan – Argentina; Universidad Tecnológica Nacional – Argentina; Université de Montpellier – França; Université Nancy – França; Universidade do Porto – Portugal; Università degli Studi del Sannio – Itália; Universität Bayreuth – Alemanha; University of Applied Sciences-Weiden – Alemanha; University of Oregon – Estados Unidos; Wayne State University – Estados Unidos; Royal College of Surgeons in Ireland – Irlanda, etc.) proporcionou o esperado nota máximo na avaliação da CAPES no quadriênio 2013-2016. Os Cursos de Mestrado e Doutorado em Engenharia Química da UFSC alcançaram o tão almejado nota 7.

Atualmente, o PósENQ possui 77 alunos de mestrado, 123 de doutorado e 25 estagiários de pósdoutoramento. Ao longo da sua história, o Programa já formou 565 mestres e 313 doutores (dados de 30 de março de 2021). Esses profissionais estão distribuídos em praticamente todas as regiões do Brasil e em vários países, ocupando posições importantes em suas organizações. Encontram-se doutores formados pelo PósENQ em diversas Universidades, participando de muitos programas de pósgraduação, assim como, desempenhando funções em Centros de Pesquisa e em muitas empresas. É marcante a participação de ex-alunos em Universidades e Centros de Pesquisa de outros países, como Alemanha, Austrália, Colômbia, Espanha, França, Inglaterra, Peru e Portugal. O PósENQ é organizado em uma área de concentração denominada “Desenvolvimento de Processos Químicos e Biotecnológicos” e em seis linhas de pesquisa: Engenharia de Reações Químicas e Desenvolvimento de Materiais; Engenharia Genômica e Engenharia Biomédica; Fenômenos de Transporte e Meios Porosos; Modelagem, Otimização e Controle de Processos; Processos Biotecnológicos e Termodinâmica e Processos de Separação.

O Programa conta atualmente com um corpo docente composto por 28 professores: 23 permanentes e 5 colaboradores, todos com dedicação exclusiva à UFSC. A consolidação do PósENQ, manifestada inequivocamente com a obtenção do nota 7 da CAPES, é resultado de um trabalho em equipe, de um conjunto de professores pesquisadores que se dedicaram e não mediram esforços a uma causa comum. Para implantar um curso de Pós-Graduação de excelência em Engenharia Química na UFSC, desde os primeiros passos, o desafio, que pode ser classificado como enorme, foi vencido. Os Cursos de Pós-Graduação do PósENQ fazem parte do seleto grupo de cursos nota 7 da UFSC e estão entre os quatro cursos de excelência em Engenharia Química do Brasil. É tempo de renovação. Uma nova geração de professores está assumindo a responsabilidade. A manutenção na liderança nacional entre os cursos de Pós-Graduação em Engenharia Química continuará sendo uma tarefa hercúlea, onde se constrói o resultado final na ação de cada dia, com dedicação, motivação e respeito.

 

                                         

Corpo Docente: Adriano da Silva, Agenor De Noni Junior, Agenor Furigo Junior, Antônio Augusto Ulson de Souza (aposentado e voluntário), Ariovaldo Bolzan, Ayres Ferreira Morgado (aposentado), Cintia Marangoni, Cíntia Soares, Claudia Sayer, Cristiane da Costa, Cristiano José de Andrade, Dachamir Hotza, Débora de Oliveira, Hugo Moreira Soares, Humberto Gracher Riella, Humberto Jorge José (aposentado e voluntário), José Alexandre Borges Valle, José Vladimir de Oliveira, Leonel Teixeira Pinto, Luismar Marques Porto (aposentado e voluntário), Mara Gabriela Novy Quadri (aposentada), Marintho Bastos Quadri, Natan Padoin, Nivaldo Cabral Kuhnen (aposentado), Pedro Henrique Hermes de Araújo, Regina de Fátima Peralta Muniz Moreira, Ricardo Antonio Francisco Machado, Selene Maria de Arruda Guelli Ulson de Souza (aposentada e voluntária) e Sergio Yesid Gómez González. Técnico Administrativo: Edevilson Silva.